São Paulo é uma cidade na qual até os nomes das ruas podem esconder violência. Uma mulher foi assassinada pelo ex-companheiro; outra, morta pelo próprio pai. Essas histórias não estão em livros antigos, nem em casos raros do passado. Elas aconteceram em São Paulo e foram notícias na época. O mais cruel é que os homens que tiraram essas vidas foram homenageados pela cidade. Tiveram seus nomes dados a ruas em bairros centrais, enquanto as mulheres assassinadas desapareceram da história oficial.
Precisamos mudar isso. O Projeto de Lei 483/2025 apresentado pelo mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal propõe impedir que feminicidas sejam homenageados com nomes de ruas ou de outros logradouros públicos. O PL também abre caminho para anular homenagens já feitas. Essa mudança é uma resposta necessária à naturalização da violência contra as mulheres. Homenagear um agressor é reforçar uma mensagem de impunidade e de desprezo pela vida de quem foi assassinada.
Em 2024, a cidade de São Paulo registrou 48 casos de feminicídio entre janeiro e novembro, um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 34 casos. Esses números não são estatísticas, são vidas interrompidas e famílias devastadas. Em um cenário como esse, manter homenagens a feminicidas não é apenas insensível, é cumplicidade.
Placas de rua contam histórias. Quando homenageiam homens que mataram mulheres, o que dizem é claro: ainda vale mais quem agride do que quem sofre a violência. Essa escolha não é neutra. É parte do mesmo sistema que, todos os dias, tenta justificar o feminicídio, culpar as vítimas e normalizar o silêncio. Corrigir essas homenagens é também corrigir o que a cidade decide valorizar.
Assinar a petição da campanha “Feminicida não é herói” é uma forma de reparação e rompimento desse ciclo de violência e esquecimento que permanece nos nomes de nossos espaços públicos.
Pressionar para a aprovação do PL 483/2025 na Câmara Municipal é dar um passo importante para a cidade. Por memória e reparação: tirem os feminicidas das placas!
Assine a petição ao lado e participe da campanha “Feminicida Não é Herói”. Sua assinatura é um recado direto: queremos uma cidade que valorize a vida das mulheres e conte uma nova história nas suas ruas.